Quando pensamos num contexto de trabalho e numa equipa gostamos de imaginar um bom ambiente e uma equipa esforçada, entusiasta e capaz de atingir os seus objetivos. No entanto, se refletirmos melhor sobre estes aspetos conseguimos perceber que gerar motivação numa equipa de trabalho não é tarefa fácil. Aliás, a motivação de equipas pode ser uma das maiores exigências para o líder, uma vez que cada pessoa é diferente, tem formas de estar diferentes e objetivos de vida e profissionais também diferentes, que precisam de se alinhar com os objetivos da organização. Cabe, então, ao líder adaptar-se e gerir a sua equipa no geral e cada elemento em particular, levando as pessoas a adotar comportamentos desejáveis e ajustados que se traduzam em produtividade sustentável e num nível de compromisso cada vez mais elevado.
Cada elemento de uma equipa tem, portanto, um papel específico a desempenhar dentro da mesma e irá desenvolver atividades e comportamentos de acordo com o esperado pelo líder e pelos restantes membros. Se estes papéis não forem bem definidos e desempenhados de acordo com as expectativas da equipa torna-se difícil sustentar o seu funcionamento de forma produtiva. No entanto, se uma equipa estiver motivada e funcionar de forma coesa, satisfazendo algumas das necessidades individuais e coletivas, conseguirá resolver vários dos problemas de gestão, comunicação e coordenação dentro da organização, rumo ao sucesso.
Podemos, então, encarar a Motivação como um conjunto de “forças energéticas que têm origem quer no indivíduo quer fora dele, e que dão origem ao comportamento de trabalho, determinando a sua forma, direção, intensidade e duração” (Pina e Cunha, 2007) através, também, do seu esforço e da sua persistência face aos obstáculos.
Um líder à altura do seu papel deve “perceber o que motiva os seus colaboradores, o que estes apreciam na função, no ambiente, na equipa e o que os leva a darem esse algo mais” (Costa, 2012). Alguns autores defendem que são os fatores intrínsecos que mais importam para as pessoas se sentirem motivadas, enquanto que para outros são fatores extrínsecos.
A motivação intrínseca está relacionada com os projetos, interesses e objetivos pessoais refletidos em comportamentos de trabalho que permitem à pessoa sentir-se entusiasmada, realizada e autora da sua própria vida. A motivação extrínseca refere-se ao contexto, situações e clima organizacional, nomeadamente, a remuneração, a formação ou atividades realizadas, o reconhecimento pelos pares, benefícios, incentivos etc. que ajudam as pessoas a manterem-se envolvidas com o seu trabalho. Estes últimos podem e devem ser encarados como complementares e potenciadores dos fatores internos.
No geral podemos, então, dizer que para uma liderança e motivação de equipas eficaz deve:
Estabelecer objetivos claros e precisos logo à partida;
Delegar funções;
Gerar confiança entre todos os elementos da equipa, comunicando com eles;
Incluir fatores de inspiração no trabalho;
Partilhar uma visão do futuro e ter, se possível, um conhecimento aprofundado de todas estas realidades - individuais e coletivas -, de maneira a poder antecipar problemas e influenciar mudanças que possam ocorrer dentro das equipas e organizações;
Colocar desafios estimulantes, que promovam novas competências àqueles que trabalham consigo, valorizando sempre o esforço criativo que lhe for apresentado.
É fundamental que, para os seus trabalhadores, se manterem motivados estes possam ser envolvidos nas decisões acerca do seu próprio trabalho, do trabalho da equipa e que os seus resultados sejam monitorizados e alvo de avaliação e reflexão, quer sobre os seus aspetos mais positivos, quer sobre aqueles que devem ser alvo de melhoria. Fará sentido, também, estar atento aos sinais que alguns elementos da equipa podem manifestar - todos já passamos por fases em que a rotina, o stress e o cansaço nos foram retirando a energia e, consequentemente, a motivação para fazer mais e melhor.
Para além disso, para conseguir manter a motivação na sua equipa de trabalho deve, igualmente, reconhecer o poder que o elogio, o reforço positivo e incentivos verbais podem ter, algo que, muitas vezes, tendemos a desvalorizar. Neste sentido, para que o elogio seja eficaz deve ter algumas características: deve ser natural e autêntico; público ou privado consoante as características do interlocutor; específico, focando-se em como as coisas foram feitas; oportuno para que não perca o impacto; rápido e personalizado; participado, servindo como exemplo a outros colaboradores e potenciador de novas melhorias no desempenho de quem recebe o elogio (Costa, 2012).
Seja, por tudo isto, um exemplo! Comece a motivar os seus colaboradores! Não espere que as coisas dentro da sua equipa de trabalho comecem a correr mal para ter de agir sobre pressão e com consequências, muitas vezes, graves para a sua organização. Aproveite algumas das dicas que aqui sugerimos e vá percebendo as melhorias que elas lhe trazem a si e a todos aqueles que trabalham consigo.